Este ensaio tem por objectivo debater o tipo de conhecimento que se pode alcançar quando alguém escreve sobre si mesmo. Este objectivo é, portanto, duplo. Em primeiro lugar, está em causa perceber em que medida esse que escreve acerca de si próprio tem a possibilidade de desocultar elementos que de outra forma permaneceriam ocultos. Proust, através do narrador da sua recherche, é, porventura, o melhor exemplo desse desvelamento de si mesmo que só acontece pela prática autobiográfica. No seu artigo «The Fiction of Marcel Proust’s Autobiography», Gian Balsamo escreve:

Para o fim, Marcel-a-personagem, finalmente equipado com os meios e a determinação para escrever o romance que acabámos de ler, metamorfoseia-se em Proust-o-autor: ele é a escolha deliberada de Proust para a sua própria autobiografia. (Balsamo 2007, 573; todas as traduções são da minha responsabilidade)

Porém, importa ter presente que nenhum autor permanece incólume à dimensão ficcional de que tais rememorações se podem revestir — dimensão bem presente na estilização romanesca que Proust adopta. Na verdade, não só é extraordinariamente difícil capturar episódios perdidos no tempo das nossas vidas, onde memória e imaginação se misturam de modo inexaurível, como também a introdução de aspectos fictícios constitui algo incrivelmente comum nas narrativas quotidianas e mais ainda nas literárias. Foquemos agora a nossa atenção no segundo objectivo, que é relativo ao leitor do texto autobiográfico e àquilo que se pode realmente conhecer acerca disso que é narrado. Estabelecendo um paralelo com o nosso primeiro objectivo, a epistemologia do autobiográfico traduzir-se-á, neste plano, num conhecimento de si mesmo por intermédio da espelhagem de uma vida alheia, tornada ideal ou prototípica, identificação essa cujo valor importa então apurar. Ligado a este aspecto, podemos ao mesmo tempo interrogarmo-nos sobre quanto de fictício colocamos na narrativa, duplicando a operação ficcional do autor em nós. Temos, pois, dois pontos de vista distintos mas inter-relacionados: (i) aquele que quem escreve pode ter sobre isso que escreve, podendo tornar-se consciente quer da potenciação cognitiva do exercício autobiográfico, normalmente trabalhada pelos autores, quer do seu inevitável ficcionalismo; e (ii) aquele de alguém que procura acompanhar a narrativa de outrem, o do leitor, que pode lançar luz sobre a sua própria situação mas também ponderar sobre o seu próprio ficcionalismo. Os dois objectivos, na sua dupla ramificação, resumem-se, por conseguinte, nesta questão: qual o valor epistémico do discurso autobiográfico se ele é marcado, tanto da perspectiva do autor como da do leitor, por incontornáveis projecções ficcionais?

Comecemos por tentar responder a esta pergunta sendo caridosos para com o autor. Assumamos que esse que escreve sobre acontecimentos passados da sua vida estabeleceu, como pretende Lejeune, um «pacto autobiográfico» (1975, cap. 1) com o leitor e que, assim, só lhe relata a verdade. Essa é a espécie de narrativa que, como leitores, acreditamos de facto estar presente nos textos autobiográficos. Todavia, mais do que banais falhas de memória, o problema que aqui se coloca diz respeito ao entendimento da verdade, isto é, à forma como a narração é articulada em vista do alcance de um determinado efeito. Quer dizer, uma narrativa autobiográfica pode, aqui ou ali, ser deliberadamente ilusória se com isso o autor considerar que consegue proporcionar um acesso mais adequado à verdade. A Carta VII de Platão exemplifica bem isto mesmo. Não será interessante saber se os acontecimentos passados em Siracusa são totalmente fidedignos, se os argumentos utilizados em disputas ideológicas foram verdadeiramente aqueles. O que importa é que Platão nos veicula uma imagem de si, na qual conglomera a própria filosofia. E, independentemente de outras fontes, é hoje para nós essa imagem que Platão quis eternizar que permanece, tornando-se irrelevante a veracidade factual. Será fácil compreender que se, por outro lado, não assumirmos um princípio de caridade autobiográfica, a narrativa perde essa natureza, transformando-se numa ficção. As autobiografias que pretendem reescrever determinada história deturpando propositadamente os factos são exemplificativas de um género ficcional ao qual preside a inautenticidade. Não é isso que se passa, como vimos, com possíveis ficções geradas no seio de uma autenticidade autobiográfica, por muito paradoxal que isto possa parecer.

Deixemos então de parte as narrativas inautênticas e centremo-nos nos modos positivos, denominemo-los assim, da autobiografia e isto sem perder de vista a questão à qual importa responder, viz.: como entender o constructum autoral e interpretativo? Para ilustrar o que aqui está em jogo será útil recorrer a dois registos autobiográficos distintos ou, melhor dizendo, a três: os de Wittgenstein e Helder sob a égide de Cavell. A primeira coisa que importa mencionar é que, ao contrário de Cavell, em nenhum dos textos de Wittgenstein ou Helder é explicitamente mencionado um propósito autobiográfico. No caso de Wittgenstein deparamo-nos com uma imensidão de observações diarísticas, nas quais o autor se revela a si mesmo e ao possível leitor das mesmas, mas existem apenas algumas passagens em que a ideia de um texto biográfico ou autobiográfico é explicitamente referida. Já em Helder, sobretudo na sua prosa, esse fito sugere-se simplesmente ao leitor pelo uso da primeira pessoa do singular e pelos relatos sugestivos daquilo que se conhece da vida do poeta. Este aspecto é decisivo já que qualquer identificação de uma narrativa autobiográfica que não se apresente declaradamente como tal pressupõe um conhecimento, ainda que amplamente opaco ou mesmo erróneo, da biografia desse que é visado, sendo que a nossa concepção da obra do autor se mistura inelutavelmente com esse mesmo conhecimento — que, repita-se, pode ser assaz opaco ou inclusivamente erróneo. Se não houvesse esse conhecimento, se é que podemos designá-lo assim, não poderia haver qualquer reconhecimento de um procedimento autobiográfico. Todavia, se este pode ser caracterizado por opacidade ou erro, o reconhecimento obviamente falhará, pelo menos parcialmente. Essa é uma circunstância da qual, num menor ou maior grau, nunca nos poderemos libertar e que leva, no fundo, a reperspectivar o constructum autoral e interpretativo, fazendo subsumir a intenção autoral na abrangência hermenêutica — e isto nos dois planos abordados: o do aprofundamento de si e o da fantasia que se gera em torno disso.

Reflictamos primeiramente sobre Wittgenstein. Cavell foi um dos autores que compreendeu com mais profundidade a importância do autobiográfico nos escritos wittgensteinianos. Em A Pitch of Philosophy, a sua primeira autobiografia, Cavell relata-nos:

Depois de alguns anos de estudos de pós-graduação em que a filosofia me interessava mas parecia improvável que fosse movida por alguma coisa que eu tivesse para dizer, ou pelo modo mediante o qual eu parecia fadado para o dizer, comecei a encontrar a minha voz intelectual no trabalho dos chamados filósofos da linguagem comum, J. L. Austin em Oxford e o segundo Wittgenstein; e, como se vê, mas levou-me anos a reconhecer de forma útil, fundamentalmente porque os seus métodos filosóficos exigem um envolvimento sistemático com o autobiográfico. (Cavell 1994: 6)

Em Little Did I Know, a sua segunda autobiografia, Cavell dá-nos conta de algo muito semelhantes, enunciando que «Wittgenstein, mais para mim do que qualquer outro filósofo do século passado, mostrou que, ou mostrou como acontece que, uma certa linha de filosofia inevitavelmente assume a forma de autobiografia, ou talvez devesse dizer uma abstracção da autobiografia» (Cavell 2010, 6). Que linha é essa? Numa carta ao seu amigo Hänsel, de Agosto de 1924, Wittgenstein refere que está a escrever «na ‘Biografia’», adiantando que «ela está horrível mas é o único trabalho que de todo [pode] fazer e é bom que ela seja escrita — ou pelo menos seria bom, se isso acontecesse no espírito correcto» (Hänsel e Wittgenstein 1994, 85). Não é imediatamente claro se com a expressão sie ist scheußlich Wittgenstein quer dizer que «ela está horrível» ou se «ela é horrível», ou «medonha», ou «monstruosa», classificando, desta maneira, o próprio conteúdo biográfico, mas o final da passagem — que tal trabalho «seria bom, se isso acontecesse no espírito correcto» — dá-nos um indício de que ambas as coisas poderão ser aí visadas. A ambiguidade que tantas vezes está presente em Wittgenstein será uma forma de convidar o leitor a perscrutar mais. Ao escrever sobre Little Did I Know, Garry Hagberg salienta como Cavell também usa um discurso propositadamente ambíguo com uma intenção epistémica:

Encontramos na autobiografia de Stanley Cavell um exemplo perfeito de se usar uma expressão mas ao usá-la saber-se que existe um conteúdo incluído nela que permanece para ser investigado e elucidado; ou talvez é mais sentir a nível geral a aptidão de uma expressão sentindo ao mesmo tempo que existe muito mais aí e sabendo que descobrir isso requererá esforço. (Hagberg 2015, 69, n. 29)       

Mas não é só um maior conhecimento de si que importa, nem a Wittgenstein nem a Cavell. Áine Mahon salienta bem que, «para Cavell, a escrita do si mesmo tem implicações epistemológicas assim como éticas» (Mahon 2015, 219). Uma observação meta-autobiográfica de Wittgenstein, escrita no seu habitual código e datada do dia 28 de Dezembro de 1929, evidencia isso mesmo: 

Pode-se escrever a verdade sobre si mesmo nos espíritos mais diferentes. Nos mais decentes e nos mais indecentes. E por conseguinte é muito desejável ou muito incorrecto que ela seja escrita. Existe realmente entre as autobiografias autênticas que se poderia escrever todos os estados do mais alto ao mais baixo. Eu, por exemplo, não posso escrever a minha biografia mais alto do que sou. E através dos simples factos com que a escrevo não me levanto necessariamente, posso desta maneira até mesmo tornar-me mais sujo do que já era. Algo em mim fala a favor de escrever a minha biografia e, na verdade, gostaria por uma vez de expor claramente a minha vida para tê-la clara perante mim e também para os outros. Não tanto para ter um juízo sobre isso mas para proporcionar em cada caso claridade e verdade. (Wittgenstein 1994, MS 108, 46-7)

É muito interessante que Wittgenstein considere que mesmo em estados de espírito negativos se possa estar num plano de verdade e que essas autobiografias continuem a ter o selo da autenticidade. Aquilo que o preocupa é poder cair ainda mais e de o acerto de contas com a história, com o tempo, acabar por constituir uma presentificação do seu ser que ele receia encontrar. Ou seja, partindo de um plano que é reconhecido como autêntico, assente sobre a verdade, Wittgenstein tem consciência de que essa vontade de clarificação interior e exterior pode revelar traços de uma identidade que ele não quer descobrir, marcada, desde logo, pela vaidade subjacente à narrativa autobiográfica, a qual imediatamente reclama um valor histórico-literário. Que tenho eu de tão importante assim a dizer sobre mim que justifique a atenção dos outros? Cavell fala-nos, justamente, de uma «arrogância da filosofia» especificando que esta «está ligada à sua ambivalência para com o autobiográfico, como se algo interno à importância da filosofia a tente à auto-importância» (Cavell 1994: 3). Numa outra observação cifrada, de 1 de Julho de 1931, Wittgenstein começa por referir:

Na minha autobiografia teria de visar apresentar e compreender a minha vida de forma totalmente autêntica. Assim a minha natureza não heróica não pode aparecer como um acidente lamentável, mas precisamente como a qualidade essencial (não uma virtude). (Wittgenstein 1995, MS 110, 252-3)

O que se depreende destas considerações é um extraordinário comprometimento com aquilo que se é, devendo o processo autobiográfico prescindir fundamentalmente do heroísmo que parece motivar toda e qualquer descrição de nós mesmos. Longe de procurar escamotear quem é verdadeiramente, Wittgenstein ambiciona apresentar-se em toda a sua essencialidade. Segundo James Conant, estaremos perante «um certo género de biografia (ou autobiografia)», ao qual chama «biografia filosófica» (Conant 2001, 16). Efectivamente, embora não tenha escrito realmente uma autobiografia, os inúmeros apontamentos de Wittgenstein acerca de si mesmo fornecem-nos a imagem de alguém cujo vício surge descrito ao lado dos mais profundos pensamentos filosóficos, de tal sorte que o mais sublime tópico não só aparece no mesmo espaço textual como tem a mesma valoração das anotações em que ele se confessa «um porco», testemunhando essas notas o seu desejo de não se «tornar mais baixo», ou «fútil». No final da supramencionada observação de 28 de Dezembro de 1929 Wittgenstein afirma: «Sinto que sou um porco porque também misturo o genuíno com o não-genuíno. Que Deus me possa enviar pureza e verdade.» (Wittgenstein 1994, MS 108, 47) E alguns dias antes, mais exactamente a 25 de Dezembro, ele já tinha anotado em código: «Sou um porco e ainda assim não sou infeliz. Corro o perigo de descer ainda mais. Que Deus o possa prevenir!» (Ibid., MS 108, 38) A escrita autobiográfica cavelliana não é menos pungente. Atente-se a título de exemplo ao que Cavell escreve admiravelmente no dia 4 de Julho de 2003:

Ao tentar dormir na noite passada, percebi que se eu quisesse construir uma autobiografia para dispersar a maior parte das coisas terríveis que sei acerca de mim mesmo e das coisas vergonhosas que tenho visto em outros, teria tentado escrever romances para disfarçá-las. (Cavell 2010, 5)

O espelhamento que, enquanto leitores, podemos obter destas reflexões só nos pode levar a pensar algo idêntico. Cavell sublinha que «pode dizer-se que Wittgenstein escreve com o reconhecimento contínuo de que não está a ser compreendido, dirigindo perpetuamente questões a si mesmo que falham o seu alvo ou a sua posição, e que a cada altura nos reconhecemos a nós mesmos como tentados a perguntar» (Cavell 2010, 536-7). É esse o nível de profundidade que deveras importa a Wittgenstein. E é por tal caminho de autoconhecimento dispensar quaisquer máscaras que o perigo da fantasia residirá sobretudo no intérprete do filósofo e consequentemente de si próprio, mantendo a estruturação heróica que cumpre abolir. Com efeito, todos nós nos sentimos grandes às costas dos gigantes, sendo que Wittgenstein queria revelar-se-nos um anão — similar àquele que dificilmente reconhecemos ser, aquém de todo o brilhantismo que queiramos ainda vislumbrar no humano. Cavell viu bem esta circunstância quando salientou que «[a] dimensão autobiográfica da filosofia é inerente à afirmação de que a filosofia fala pelo humano, por todos» e que «essa é a sua arrogância necessária», concluindo:

A dimensão filosófica da autobiografia é que o humano é representativo, digamos, imitativo, que cada vida é exemplar de todas, uma parábola de cada qual; essa é a comunalidade da humanidade, a qual é inerente às suas infindáveis negações de comunalidade. (Cavell 1994, 10-11)

Helder não fala connosco como Wittgenstein. Não nos diz quem é, mostra-se simplesmente. Se fosse possível personificar o silêncio tractariano, essa personificação assentaria perfeitamente no homem Herberto Helder. O que conhecemos é o poeta Herberto Helder que, na boa tradição obscurantista heraclitiana, a exemplo do oráculo de Delfos, «nem fala nem esconde, mas sinaliza» (Kirk, Raven e Schofield 1983, 209). O próprio Helder, em Os Passos em Volta, pede a Deus que «seja sempre um poeta obscuro» (Helder 2009, 163). Esta obra é tudo menos autobiográfica. O narrador dos Passos resiste a qualquer identificação pessoal enquanto luta para ser si mesmo — poesia tornada poesia pelos sinais do poeta que conta. A humanidade evaporou-se da poesia, o logos faz a gramática oscilar. Que profundidade avassaladora o poeta alcança perfurando-se a si mesmo — ao poema. Quem estiver interessado em saber se aquilo que aparece contado aconteceu passa ao lado deste livro. Muita coisa se terá passado, certamente. Mas os passos dados, e que nos importa dar como leitores, são em volta — em volta disto a que chamamos vida. Poucas obras conseguiram provocar tamanha cratera no eu quanto esta.

Há três textos que gostaria de comentar em particular. O primeiro é «Como se vai para Singapura» — sem constituir interrogação. O poeta começa por referir-se «às virtudes da imaginação» (ibid., 107) e conta-nos uma conversa tida com um indivíduo alemão que conhecia alguém chamado Max Hughes em Amesterdão que conseguia enviar pessoas para Singapura. A forma como o poeta, no final, depois de descobrir que tal homem e essa sua capacidade eram uma invenção, chega a duvidar da existência de Singapura não nos indica nada relevante do ponto de vista autobiográfico. No entanto, o poeta está lá indesmentivelmente. O mesmo sucede com «Vida e obra de um poeta». Aqui, depois de nos ser relatado que a preservação dos originais não é para ele importante, é mencionada uma «obra-prima» sua, que consistia num «poema dramático», a qual serviu de oferta «a uma prostituta nas docas de Amesterdão», alguém que, como é indicado em seguida, «não sabia português» (ibid., 143-4). Seja este desprendimento e consequente extravio ilusório ou verídico, o que acontece é novamente um preenchimento do puzzle que neste e em todos os casos montamos acerca da existência, puzzles esses que têm dimensões assombrosas. Quando não sabemos por onde começar, tentamos preencher os cantos, damos passos em volta. O poeta preenche os mesmos cantos que nós, tem apenas mais peças. Nesta mesma história diz-nos que a sua actividade literária começou em Paris quando, sem local fixo para passar as noites, ele e dois amigos começaram a entrar em prédios e a procurar abrigo nas retretes que serviam comummente os moradores. Foi assim, conta-nos, que viu nascer a sua obra, sobretudo num mesmo sítio, razão pela qual afirma: «Devo muito a essa retrete.» (Ibid., 146) Não é acidental que o poeta associe a geração da sua obra ao que para nós é um domínio privado e que determinadamente queremos esconder dos outros.

Porcaria, clandestinidade. Eis o que marca a escrita autobiográfica de Wittgenstein e do autor dos Passos. O valor epistémico dessa assunção da vida é, seguindo os ensinamentos de Cavell, aquilo que nós próprios quisermos fazer dele.

 

Bibliografia

Balsamo, Gian. 2007. «The Fiction of Marcel Proust’s Autobiography». Poetics Today 28(4): 573-606.

Cavell, Stanley. 1994. A Pitch of Philosophy: Autobiographical Exercises. Cambridge, MA: Harvard University Press.

Cavell, Stanley. 2010. Little Did I Know: Excerpts from Memory. Stanford: Stanford University Press.

Conant, James. 2001. «Philosophy and Biography». Em Wittgenstein: Biography and Philosophy, ed. James C. Klagge, 16-50. Cambridge: Cambridge University Press.

Hagberg, Garry L. 2015. «A Person’s Words: Literary Characters and Autobiographical Understanding». Em The Philosophy of Autobiography, ed. Christopher Cowley, 39-71. Chicago: The University of Chicago Press. 

Hänsel, Ludwig; Wittgenstein, Ludwig. 1994. Ludwig Hänsel Ludwig Wittgenstein: Eine Freundschaft. Briefe, Aufsätze, Kommentare, ed. Ilse Somavilla, Anton Unterkircher e Christian Paul Berger. Innsbruck: Haymon.

Helder, Herberto. 2009. Os Passos em Volta. 10ª ed. Lisboa: Assírio & Alvim.

Kirk, G. S.; Raven, J. E.; Schofield, Michael 1983. The Presocratic Philosophers: A Critical History with a Selection of Texts, 2ª ed. Cambridge: Cambridge University Press.

Lejeune, Philippe. 1975. Le pacte autobiographique. Paris: Éditions du Seuil.

Mahon, Áine. 2015. «Fraudulence, Obscurity, and Exposure: The Autobiographical Anxieties of Stanley Cavell». Em The Philosophy of Autobiography, ed. Christopher Cowley, 217-36. Chicago: The University of Chicago Press.

Wittgenstein, Ludwig. 1994. Wiener Ausgabe, vol. 2, ed. Michael Nedo. Viena: Springer.

Wittgenstein, Ludwig. 1995. Wiener Ausgabe, vol. 3, ed. Michael Nedo. Viena: Springer.

 

                    

Partilhe:
Facebook, Twitter, Google+.
Leia depois:
Kindle