Ana Ferraria
Da vontade de trazer para o papel os textos encenados pela companhia de teatro Artistas Unidos nasceu, em parceria com a editora Cotovia, a colecção Livrinhos do Teatro que, com a publicação em Novembro de 2016 de Dias Inteiros nas Árvores & Savannah Bay, de Marguerite Duras, ultrapassou a primeira centena de títulos. A tradução portuguesa de Dias Inteiros nas Árvores, a cargo de Vieira de Lima, estreou em 1992, e a de Savannah Bay, de António Barahona, em 1985.
Ana Ferraria
Il cavaliere inesistente, publicado em 1958, é o último volume da trilogia de Italo Calvino, trilogia essa que o autor reeditará, em 1960, com o título Os Nossos Antepassados (I nostri antenati), e com a qual pretende fazer despertar no homem contemporâneo do pós Segunda Guerra Mundial a consciência da raiz dos seus problemas. Calvino irá criar personagens e situações que lhe possibilitem levar ao extremo as dificuldades que pretende tratar
Ana Ferraria
À saída da projecção do mais recente filme de Alexandre Sokourov, Francofonia – O Louvre sob ocupação, durante a última edição do Lisbon Estoril Film Festival, dois desconhecidos pretenderam sondar a minha opinião acerca do mesmo. Segundo estes, Francofonia debruçava-se sobre tudo menos a francofonia (região linguística de língua francesa) e o seu título tratava-se, por isso, de propaganda enganosa. De acordo: este filme não tem como tema a cultura francesa e muito menos a sua língua.
Ana Margarida Ferraria
Depois de Image, Icône, Économie (1977) e Le Commerce des Regards (2003), a filósofa francesa Marie-José Mondzain prossegue, em Homo Spectator, o seu estudo sobre a história da iconoclastia e da construção de imagens enquanto marca da distinção entre o homem e os restantes animais. Especialista no período bizantino, com um conhecimento profundo dos textos antigos, Mondzain recorre ao seu vasto saber académico para escrutinar o papel contemporâneo da imagem e a sua relação com o sujeito.
Ana Margarida Ferraria
No segundo volume da trilogia Os Nossos Antepassados (I Nostri Antenati), O Barão Trepador (Il Barone Rampante), publicado originalmente em 1957, Italo Calvino substitui as temática da guerra e da alienação do homem, fundamentais para O Visconte Cortado ao Meio, por uma busca mais ampla e espiritual da individualidade humana. Para isso, o autor faz incidir toda a acção num período histórico preciso – entre o final do século XVIII e a primeira metade do século XIX – e num espaço físico bem delineado.
Ana Ferraria
Escrita durante as décadas de 1950 e 1960, a trilogia Os Nossos Antepassados (I Nostri Antenati), de Italo Calvino (1923-1985), reúne histórias sobre a realização de sonhos humanos e pretende desenhar “uma árvore genealógica dos antepassados do homem contemporâneo”, antepassados, esses, que juntam em si características de todas as pessoas comuns que o leitor vê à sua volta. De acordo com Italo Calvino, o homem contemporâneo– dividido, mutilado, incompleto e inimigo de si mesmo – havia perdido a sua harmonia clássica, mas ganhara, em compensação, uma complexidade moderna, tornando-se, portanto, um tema literário por excelência.