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João Oliveira Duarte

74. Daniel Arasse, Não se vê nada

74. Daniel Arasse, Não se vê nada

João Oliveira Duarte

Em Proust et les signes, Gilles Deleuze começa por afirmar, na topologia que faz dos diversos tipos de signos, a superioridade do ciúme em relação ao amor. Não apenas, afirma ele, “o ciúme é mais profundo” como, além disso, “ele contém a verdade do amor”. É o primeiro que confere ao segundo todo o seu peso, que abre neste a sua dimensão de pesquisa obstinada, que lhe revela toda a sua Paixão, que cria o signo amoroso. Se partirmos da já antiga proposição segundo a qual a verdade do amor deve ser interrogada do lado do amante e não do amado, encontramos no ciúme um limite que implica uma reversão da mesma. Neste, não é o amante que se limita a observar, a olhar, a interrogar, mas é a própria “paisagem” que nos olha e observa, que nos provoca