Rodrigo Almeida e Sousa
Não deve ser só impressão minha. Lembro-me de ver, na velha estante do meu avô, o Discurso do Método assinado por «Renato» Descartes e sentir de imediato a ironia a correr-me nos axónios. Corrijam-me se estiver errado, mas parece-me que não sou o único a, no mínimo, sorrir ante traduções literais de nomes, terriolas, negócios locais, ou comidas. Existe, porém, uma grande diferença entre o filósofo francês e as personagens de Louis C.K.: enquanto René não é de todo um «Renato», Horace e Pete são efectivamente, ou quase, um «Horácio» e um «Pedro». Embora «Horácio» não seja por cá muito frequente, nem porventura tradicional, não deixa de soar à antiga; quanto a «Pedro», corresponde na perfeição às características pretendidas.