Quem se aventurar a ler alguns dos mais diversos trabalhos no campo dos «estudos animais» encontrará citada com frequência uma célebre frase de um antropólogo francês, cuja reprodução fora do contexto originário se revela tão poética quanto esclarecedora, segundo a qual as espécies são escolhidas não por serem boas para se comer, mas porque são boas para se pensar (bonnes à penser) — uma afirmação que, em tradução, foi parafraseada e convertida no aforismo «os animais são bons para se pensar com» («good to think with»). A redacção da frase é sintomática de um fenómeno, certamente mais interessante do que a indisciplina hermenêutica que autorizou a sua ocorrência, que poderia ser contido no problema geral das tentativas de pensar e descrever aquilo que nos rodeia através de palavras e conceitos (e as multímodas visões do mundo por estes encerradas); o problema, evidentemente, é que esse fenómeno, tal como formulado, acaba por ser de um espectro tão lato que sob ele quase tudo poderia ser contido.
O que é curioso no «pensar com» (espécies) é a associação do verbo a um complemento de companhia, o vínculo que na expressão mencionada transparece entre o pensar e o objecto do pensamento, a transitividade de uma actividade cuja ideação típica é solitária, abstracta e tendencialmente universal e que, pelo contrário, surge aqui acompanhada, versando particulares. De todas as espécies do reino Animalia que seriam candidatas para falar de algumas relações entre o pensar e o seu objecto (que, sublinhe-se, tem um carácter discricionário), a breve nota que se segue — ainda que sem grandes preocupações taxonómicas — elege o filo Chordata, mais especificamente a classe Aves, como ponto de partida para pensar com.
Nas Etimologias ou Origens (Etymologiae sive origines) de Isidoro de Sevilha, o repositório do saber antigo legado aos medievais, na secção dedicada às aves (De avibus) do livro sobre os animais, encontra-se um elenco minucioso de um grande número de aves então conhecidas, nomeadamente das suas características, explicitando uma boa parte dessas idiossincrasias a partir das etimologias dos nomes atribuídos — o habitual modo de proceder do santo hispânico, que, no entanto, não deixa de ser simultaneamente um fiel depositário dos conhecimentos zoológicos que o antecedem (legados por Aristóteles e Plínio, entre outros) e sem sombra de dúvida empiricamente mais confiável que o fantasioso Fisiólogo (Physiologus). Leiam-se as primeiras observações que o bispo faz sobre este tópico:
Uma é a palavra «aves [avium]» mas diversos são os géneros [genus], já que se diferenciam entre si tanto pelo aspecto [specie] como também pela diversidade das naturezas. Algumas são simples, como a pomba, outras astutas, como a perdiz; algumas pousam na mão, como o falcão; outras amedrontam-se [...] Há, contudo, inumeráveis outras, de acordo com os géneros e comportamentos [moribus], e, de facto, ninguém é capaz de determinar quantos são os géneros dos voláteis [...] Chamam-se «aves [aves]» porque não seguem vias [vias] demarcadas, mas vão para onde quer que seja sem rotas traçadas [avia].[1]
Logo depois de explicar que a um determinado conjunto de animais é dado o nome de «aves» por não seguirem vias fixas como os restantes, Isidoro escreve ainda, numa outra justificação etimológica, que a razão de estes seres serem chamados «alados» se deve ao facto de subirem até às alturas (passe o pleonasmo) com recurso às suas asas. Esta é a característica comum a todas as aves, por mais diferentes que sejam entre si, e na qual se encontra um tópico que vem à tona frequentemente quando acerca delas se pensa: falar de aves e falar de voar são duas actividades próximas. Ao contrário de nós, humanos, em princípio com os pés assentes na terra e em posição vertical, não há uma posição estável associada às aves e, sendo certo que também repousam, a sua natureza — tal como nós a percepcionamos — parece estar vinculada a uma ideia de movimento.
Quando se fala de pássaros há, portanto, uma diferença (entre muitas possíveis) que importa assinalar para perceber outras coisas que sobre eles são ditas: não estão confinados à terra, mas são livres para percorrer os céus. Se um visitante de um planeta alienígena nos perguntasse, explicaríamos a expressão «livre como um passarinho» dizendo que a ideia de liberdade — nesta acepção, o poder de ir a qualquer sítio que se queira — pode ser figurada por alguma ave, visto que, além de percorrer o solo, poderá igualmente deslocar-se no ar e, em alguns casos, em superfícies aquáticas. A partir da capacidade das aves de voar, a lista de lugares-comuns associados alarga-se e pode compreender concepções afins, assim como fornecer uma linguagem operativa para se falar de outros assuntos em sentido alegórico.
O manuscrito mais antigo que se conhece do já aludido Fisiólogo latino data do século VIII — ou seja, um século depois da redacção das Etimologias —, conjecturando-se que a sua difusão tenha começado por volta do século V, algum tempo depois de ter sido traduzido e adaptado a partir de um original grego, também ele uma compilação de fontes muito diversas, atribuído a um autor cristão alexandrino cuja identificação nunca foi satisfatoriamente esclarecida; sabe-se que na Europa medieval circularam muitas versões da obra em latim, das quais se destaca uma versão em verso, da autoria de um também desconhecido monge que dava pelo nome de Teobaldo.[2] No Fisiólogo — ou melhor, nas suas numerosas variantes — encontra-se o antecessor dos bestiários, um dos produtos medievos mais populares: uma colecção de resenhas de animais (conhecidos, relatados ou fantásticos), designadamente aves, assim como de minerais e plantas, todos eles acompanhados de observações com um conteúdo moralizante expresso.
Nesta mundividência, as coisas não são apenas a sua existência aparente e material; para dizer com propriedade aquilo que, na realidade, uma árvore ou um pássaro são, falta ainda dizer algo mais. Em cada descrição está implícita uma noção de correspondência, a saber, entre um sensível e um inteligível, entre o «livro da natureza» (uma expressão herdada de Orígenes) e aquilo de que é vestígio — e que, por isso, dele conserva semelhança —, o seu arquétipo; a pequena história associada a cada rubrica, habitualmente citando a Bíblia, cristaliza o objecto alegorizado. Durante a Idade Média, a alegoria foi a base de todos os esforços interpretativos, tendo este «alegorismo» (como foi chamado) resultado do encontro da allegoresis já levada a cabo na leitura da Bíblia e de Vergílio (outro fruto destas empresas é, por exemplo, o Ovídio Moralizado).[3] O mundo natural, com destaque para o reino zoológico, aparece efabulado em versões com um propósito instrutivo geral e, dependendo das condições materiais disponíveis, em manuscritos mais ou menos iluminados.
Um caso curioso — que emerge precisamente na senda dos esforços tratadísticos (Etimologias) ou mais especulativos (Fisiólogo) citados — é o interesse reiterado por aves, cujo protótipo é o Livro das Aves (De avibus; o título varia consoante as fontes), um tópico com uma tradição bem mais antiga; aliás, basta recordar os longevos interesses greco-romanos pela adivinhação e os atributos premonitórios imputados à visão de aves e, em particular, ao exame das suas vísceras. Este aviário — i.e., este livro peculiar sobre aves — foi escrito no primeiro quartel do século XII por um cânone agostinho, de seu nome Hugo de Folieto (Fouilloy), e destinava-se ao contexto monástico, sobretudo para ser lido pelos — ou, mais provavelmente, lido aos — irmãos conversos (conversi), que tinham pouca ou nenhuma instrução prévia (e que não recebiam as ordens sacras). Servia, portanto, para ser lido aos discípulos a quem eram narrados os mistérios fundamentais da fé cristã, explicados através de alegorias morais, utilizando para isso pássaros conhecidos ou imaginários.
As iluminuras que proliferavam nestes manuscritos ajudavam a despertar — e, quando existente, a manter — a atenção dos alunos, como se lê no prólogo do Livro das Aves:
Como tenho de escrever para um iletrado, não se admire o zeloso leitor se, para a edificação daquele, eu disser coisas simples sobre assuntos subtis. E não atribua a frivolidade eu pintar o falcão ou a pomba, quando já o justo Job e o profeta David nos deixaram este tipo de aves para doutrinar. Com efeito, o que a Escritura indica aos mais sabedores indicará a pintura aos simples: tal como o sabedor se deleita com a subtileza da escrita, também o espírito dos simples é atraído pela simplicidade da pintura.[4]
Prova de que este foi um método bem-sucedido são as contaminações mútuas destes aviários cristãos com os bestiários profanos, assim como as abundantes marcas de uso conservadas nos seus exemplares (patentes especialmente nos cantos inferiores dos fólios). Em Portugal, sabe-se da existência de três manuscritos do Livro das Aves, pertencentes à família de cópias difundidas em ambiente cisterciense do aviário da abadia austríaca de Heiligenkreuz (um manuscrito de origem francesa) — os aviários do Lorvão (datado de 1184 e provavelmente a mais antiga cópia sobrevivente dos aviários medievais), de Alcobaça e de Santa Cruz de Coimbra — e de uma tradução (ou melhor, de uma adaptação parcial) para português datada do século XIV (actualmente na Universidade de Brasília).[5] Regresse-se agora ao prólogo, colocando ao lado da tradução moderna do texto latino a versão portuguesa sete séculos mais antiga:
Quanto a mim, empenho-me mais em agradar aos simples do que em falar aos mais doutos, como se deitasse líquido numa vasilha cheia. De facto, quem ensina um homem sapiente por palavras como que deita líquido numa vasilha cheia.
En aqueste livro mais me trabalho eu de prazer aos simplezes e aos rudes ca de dar e d’acrecentar sabença aaqueles que letrados e doctores son e deytar de mĩ aguas de sabença e de grandes entẽdimentos come de vaso cheo, ca diz a Escritura que aquele que ensina o ssabedor per sas paravoas deyta de sy aguas come de vaso que está cheo.[6]
O leitor não pode esquecer, contudo, que esta simplicidade não consiste num despojamento nos termos em que hoje é entendido (ainda que, nas edições hodiernas, texto e imagens apareçam divorciados, ou que as iluminuras cheguem mesmo a ser completamente excluídas da reprodução); trata-se, pelo contrário, de um produto sofisticado e altamente codificado, mesmo que se proponha dar «prazer aos simplezes e aos rudes» e não tanto àqueles que transbordam «sabença». Desde o quinto dia da origem do mundo, de acordo com o autor do Génesis (1, 20-23), as criaturas aladas povoam a terra e os ares; numa tradição de leitura das Escrituras, como é o caso, encontra-se aqui o primeiro elemento dessa cifragem, a partir do qual pode ser estabelecida uma cadeia associativa (cujo elenco de todos os elos será seguramente difícil de exaurir). Deste modo, ao falar-se, por hipótese, das propriedades das pombas, surge logo — com maior ou menor subtileza — aquele que é o assunto de facto da obra:
Encontrei, em diferentes lugares, diferentes características da pomba. Incluindo-as nesta obra, procurei, Irmão, registá-las para ti. [...] O quarto [atributo é] voar em bando [gregatim]. [...] Faz ninhos em buracos de penedos, porque tem esperança na Paixão de Cristo. [...] Alimenta duas crias, isto é, o amor de Deus e o amor do próximo. Que, por conseguinte, assuma as asas da contemplação, e com elas voe para o céu, quem tiver tais predicados.
En desvayrados logares achey desvayradas propriedades e naturezas que a poonba ha. E portanto me trabalhey, meu irmão ffrey Ramiro, que as posesse en aquesta obra que eu fiz a teu rogo. [...] A quarta propriedade que as poonbas an he que voã muytas e en cõpanha. [...] faz seu nĩho na pedra feestrada. Ca o que bõõ he faz sa folgãça e pon sa asperança nas chagas de Nosso Senhor Jhesu Christo, ca pela pedra feestrada entẽdemos Jhesu Christo chagado assi como diz a Escritura. [...] cria dous filhos per que entẽdemos [o] amor de Deus e o amor do proximo. Ca o que bõõ he estes dous amores deve sempre a aver consigo, ca sẽ eles nõ se pode salvar. E porẽde aquele que ouver aquestes bẽẽs a que assemelhamos as naturezas da põõba pode tomar aas per que voe ao çeo contẽplãdo.[7]
As pombas «voã muytas e en cõpanha» lembrará a alguns um passo do livro de Ben Sira (27, 9), onde a certa altura se constata que as aves pousam junto aos seus semelhantes, do mesmo modo que a verdade torna para aqueles que a praticam. E esta observação pode dar início, por sua vez, a um movimento quase perpétuo de associações, como acontece quando a outros traz à memória a expressão idiomática «birds of a feather flock together» (que equivale ao francês «qui se ressemble s’assemble»), que possivelmente terá surgido através de uma tradução inglesa de um ditado reproduzido em Platão.[8] Tal como as pombas e tal como os pássaros, as coisas com as mesmas propriedades assemelham-se e as pessoas parecidas juntam-se.
Ao reunir um conjunto de entidades sob uma descrição unificante, reconhece-se que as mesmas têm algo em comum — admita-se, que partilham uma ou mais propriedades — e essa posição preliminar condiciona significativamente a experiência; a ocorrência de particulares, implicada num quadro de inteligibilidade previamente estabelecido, perde autonomia[9] e, subitamente, as singularidades devem ser interpretadas como variações e as idiossincrasias consideradas porventura diferenças sanáveis. Neste sentido, é irrelevante se o leitor de Hugo de Folieto está a ler um livro sobre aves ou um livro sobre plantas, e pouco importa se se deleita com códices ricamente iluminados: como já se percebeu, aves, plantas ou bestas são tópicos instrumentais para o empreendimento de um programa moral cristológico.
No início propôs-se falar de algumas relações entre o pensamento e o objecto por ele considerado. Como se viu, de todos os animais então conhecidos ou imaginados, as aves foram alvo de um interesse inusitado durante a Idade Média. Esta atenção, mobilizada para pregar lições morais de pendor cristológico, deveu-se sobretudo a um atributo das aves que não se verifica nos restantes animais: voar. Pensar com aves é diferente de pensar com plantas ou animais porque estes últimos são evidentemente implumes; mas, neste contexto, pensar com aves assinala igualmente outra diferença: a actividade de fazer um certo tipo de associações é análoga ao voo em bando, não só porque as aves se dirigem todas na mesma direcção, embora cada uma possa ter uma rota com variações de percurso mínimas (como acontece numa assembleia de fiéis), como sobretudo o principal movimento observável é ascensional (da mesma maneira que o espírito é conduzido às alturas). Esta actividade de fazer associações (com aves) é, neste sentido particular, análoga ao propósito que motivou prestar-lhes atenção.
Quando ouviu um artista dizer «a estética está para a arte assim como a ornitologia está para os pássaros», um filósofo percebeu que há uma grande distância que separa estudar e falar sobre — ou, retomando a terminologia com que se iniciou, pensar com — um assunto e o objecto visado por essa conversa. Numa identificação retrospectiva, o professor de estética explica a ocorrência desta afirmação num momento histórico em que a produção artística e «os temas que exercitavam os pintores» eram substancialmente díspares da produção teórica praticada por pessoas que alegavam falar sobre os mesmos assuntos; «como se os pássaros tivessem que prestar atenção ao que dizem os ornitólogos sobre o que significa ser um pássaro», conclui, colocando ênfase na actividade que dá origem à reflexão, da mesma maneira que se poderia eleger ouvir o canto das aves ao invés de ler tratados sobre os sons que emitem, por muito interessantes que pudessem ser.[10]
Estas dissociações que pontualmente se possam verificar entre a observação empírica e a sua descrição podem até ser paralisantes, mas não constituem um argumento válido para abolir a especulação; pelo contrário, trata-se de casos, porventura risíveis, de inépcia em estabelecer uma relação de adequação entre a práxis e o discurso (ou, em termos aristotélico-tomistas, uma adequação da coisa e do intelecto). E isto não invalida de modo algum — antes, sugere — que os ornitólogos possam dizer coisas apropriadas sobre aves, nem nega — mas sim sustenta — que os aviários e demais tratados medievais (de que se falou) contenham uma síntese de considerações muito relevantes sobre as mesmas, desde que não haja confusões na diferença de naturezas, porque uma coisa são aves e outra é dar asas ao pensamento.
[1] Isidori Hispalensis Episcopi, Etymologiarum sive originum, recognivit brevique adnotatione critica instruxit W. M. Lindsay (Oxonii: e Typographeo Clarendoniano, 1911), XII.7.1-3. Tradução minha.
[2] Vd. The Medieval Book of Birds: Hugh of Fouilloy’s Aviarium, edition, translation and commentary by Willene B. Clark (Binghamton: State University of New York at Binghamton, 1992), 4 e Livro das Aves, edição do texto latino a partir dos manuscritos portugueses, tradução do latim e introdução por Maria Isabel Rebelo Gonçalves (Lisboa, Edições Colibri, 1999), 11.
[3] Cf. Physiologus, translated by Michael J. Curley (Chicago: Chicago University Press, 2009 [1979]), x-xvi e Ernst Robert Curtius, European Literature and the Latin Middle Ages, translated from the German by Willard R. Trask (Princeton: Princeton University Press, 2013 [1953]), 203-207.
[4] Sigo a tradução de Rebelo Gonçalves, Livro das Aves, 59.
[5] Marcas de uso explicadas em Willene B. Clark, “The Illustrated Medieval Aviary and the Lay-Brotherhood”, Gesta 21/1 (1982): 64; sobre os manuscritos, veja-se Clark, The Medieval Book of Birds, 41-52 e Rebelo Gonçalves, Livro das Aves, 31-35; a tradução antiga encontra-se transcrita e fac-similada em Livro das Aves, edição preparada por Jacira Andrade Mota, Rosa Virgínia Matos, Vera Lúcia Sampaio e N. Rossi, sob orientação e direção dêste (Rio de Janeiro: Instituto Nacional do Livro, 1965).
[6] Rebelo Gonçalves, Livro das Aves, 59; Rossi, Livro das Aves, 19.
[7] Rebelo Gonçalves, Livro das Aves, 73; Rossi, Livro das Aves, 19-21.
[8] Uma das conjecturas é que tenha tido origem em traduções antigas e indocumentadas de um passo da República (329A, que Benjamin Jowett, e.g., traduz como «Men of my age flock together; we are birds of a feather, as the old proverb says [...]»); o provérbio grego, que Platão reproduz no Fedro (240C, «ἧλιξ ἥλικα τέρπει», literalmente «quem é de uma idade agrada a quem é da mesma idade») corresponde ao português «cada qual com o seu igual» (tradução e proposta de equivalência de Maria Helena da Rocha Pereira).
[9] Outra questão seria investigar a possibilidade de um tipo de interpretação selvagem que considerasse uma entidade sem interferências, contaminações ou condicionamentos (contextuais, ideológicos, inter alia), num quadro absolutamente autónomo.
[10] Esta versão do aforismo de Barnett Newman é reproduzida por Arthur C. Danto em The Abuse of Beauty: Aesthetics and the Concept of Art (Chicago: Open Court, 2003), 1-2.