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Hugo Miguel Santos

255. João Paulo Esteves da Silva, No Outro Mundo; Ascendentes

255. João Paulo Esteves da Silva, No Outro Mundo; Ascendentes

Hugo Miguel Santos

Ascendentes (A Morte do Artista, 2025) é o décimo primeiro poemário de João Paulo Esteves da Silva, facto que não deixa de ser surpreendente se levarmos em conta o intervalo de doze anos de publicação entre os dois primeiros livros, Notas à Margem e Ainda Menos, ambos publicados em 2002 pela editora Amores Perfeitos, e Trinta e Quatro Sonetos e Trezentas e Cinco Redondilhas (Douda Correria, 2014). Não deixa, portanto, de ser significativo este interregno editorial na obra de um artista tão prolífico, não só na poesia, como na tradução e no campo musical, enquanto compositor, improvisador e pianista; esta última a sua faceta mais conhecida. Neste, como em tantos outros casos, pouco importam os motivos — provavelmente, pessoais e intransmissíveis — que motivaram esta decisão, mas tornam-se sobremaneira relevantes as diferenças estilísticas entre os dois primeiros livros e a poesia que tem vindo a ser publicada a um ritmo quase anual desde então, excepção feita aos dois últimos volumes.

251. Jorge de Sena, Arte de Música

251. Jorge de Sena, Arte de Música

Hugo Miguel Santos

É bem possível que uma recensão acerca da reedição de uma obra publicada há mais de cinquenta anos, como é o caso de Arte de Música (1968), esteja fatalmente condenada ao triste fado da redundância. Podemos sempre investir algumas linhas a louvar a decisão da editora Assírio & Alvim de tornar novamente disponíveis os poemários, como é regra de praxe, daquele que é não só um dos maiores poetas da literatura portuguesa, como um dos críticos de poesia mais decisivos da nossa humilde história — assim, acompanhando a grandiloquência do discurso mercantilista. E poder-se-ia dar nota da decisão certeira de os fazer acompanhar de ensaios introdutórios de críticos e académicos contemporâneos, procurando assim revitalizar a recepção crítica de um autor que sempre se esforçou por ser lido e entendido, sem jamais cair no didactismo.

247. Pedro Bastos, Souvenirs Satânicos

247. Pedro Bastos, Souvenirs Satânicos

Hugo Miguel Santos

Talvez não seja exagerado começar por assumir que há sempre uma dimensão circunstancial em toda a poesia, por mais que o poeta possa, e em certa medida deva, mascarar ou recriar as provas do crime. No entanto, contam sobretudo as circunstâncias estabelecidas pelo próprio poema, isto é, a intensidade e a verossimilhança daquilo que ele veicula — se quisermos, muito mais do que as causas, importam os seus efeitos.

243. Comissão de Festas Populares do Teatro Experimental do Porto e da ASSéDIO - Companhia de Teatro, As grandes comemorações...

243. Comissão de Festas Populares do Teatro Experimental do Porto e da ASSéDIO - Companhia de Teatro, As grandes comemorações...

Hugo Miguel Santos

Muito se tem escrito sobre o falhanço quase generalizado das mais diversas celebrações dos cinquenta anos do 25 de Abril e dos quinhentos anos do nascimento de Camões. Datas deste jaez têm uma função simbólica e profundamente identitária que mereceria ser discutida fora dos trâmites habituais da discussão político-partidária.

241. José Carlos Soares, Hesitação da Luz

241. José Carlos Soares, Hesitação da Luz

Hugo Miguel Santos

O mais recente título de José Carlos Soares, Hesitação da Luz (Averno, 2024), é uma espécie de síntese da sua poética iniciada, em 1981, com Os Sulcos Leves, livro composto a quatro mãos com Carlos Marques Queirós.